Nota de Imprensa
Nova Imagem de uma Espiral Clássica
19 de Maio de 2010
O ESO acaba de divulgar uma bela imagem da galáxia próxima Messier 83, obtida com o instrumento HAWK-I montado no Very Large Telescope do ESO (VLT), no observatório do Paranal, Chile. A imagem mostra a galáxia na radiação infravermelha e demonstra o impressionante poder da câmara, capaz de criar a fotografia mais nítida e mais detalhada alguma vez conseguida de Messier 83, a partir do solo terrestre.
A galáxia Messier 83 (eso0825) situa-se a cerca de 15 milhões de anos-luz de distância na constelação da Hidra. Tem um tamanho de cerca de 40 000 anos-luz, ou seja, apenas 40% do tamanho da Via Láctea, mas é, em muitos aspectos, semelhante à nossa casa galáctica, tanto na forma espiral como na presença de uma barra de estrelas no seu centro. Messier 83 é famosa entre os astrónomos devido às suas supernovas: vastas explosões que terminam a vida de algumas estrelas. Durante o século passado, foram observadas seis supernovas nesta galáxia - um número recorde apenas alcançado por uma outra galáxia. Mas, mesmo sem supernovas, Messier 83 é uma das galáxias próximas mais brilhantes, visível no céu através de simples binóculos.
Messier 83 foi observada na região infravermelha do espectro electromagnético pelo instrumento HAWK-I [1], uma poderosa câmara montada no Very Large Telescope do ESO. Quando observada no infravermelho a maior parte da poeira que obscurece a galáxia torna-se transparente. O gás muito brilhante que circunda as estrelas jovens quentes nos braços espirais também se torna menos proeminente nas imagens infravermelhas. O resultado é que podemos observar muito mais da estrutura da galáxia e dos vastos grupos das suas estrelas constituintes. Esta imagem, nitidamente mais limpa, simplifica o trabalho dos astrónomos que procuram enxames de estrelas jovens, principalmente os que se encontram escondidos nas regiões de poeira da galáxia. Estudar tais enxames estelares é um dos principais objectivos científicos destas observações [2]. Quando comparada com imagens anteriores, a visão penetrante da HAWK-I revela muito mais estrelas no interior da galáxia.
A combinação do enorme espelho do VLT, do grande campo de visão e da grande sensibilidade da câmara, com as óptimas condições de observação no Observatório Paranal do ESO, fazem da HAWK-I uma das mais poderosas câmaras no infravermelho do mundo. Os astrónomos aguardam impacientemente a sua vez para puderem utilizar este instrumento, que começou a operar em 2007 (eso0736), e obterem algumas das melhores imagens infravermelhas do céu nocturno tiradas a partir do solo.
Notas
[1] HAWK-I é o acrónimo (do inglês) de High-Acuity Wide-field K-band Imager. Detalhes técnicos sobre a câmara podem ser encontrados numa nota de imprensa anterior (eso0736).
[2] Os dados utilizados para preparar esta imagem foram obtidos por uma equipa liderada por Mark Gieles (Universidade de Cambridge) e Yuri Beletsky (ESO). Mischa Schirmer (Universidade de Bonn) fez a redução dos dados.
Informações adicionais
O ESO, o Observatório Europeu do Sul, é a mais importante organização europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é o observatório astronómico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 14 países: Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Holanda, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronómico, no visível, mais avançado do mundo e o VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projecto astronómico que existe actualmente. O ESO encontra-se a planear o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 42 metros que observará na banda do visível e próximo infravermelho. O E-ELT será “o maior olho no céu do mundo”.
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Sobre a Nota de Imprensa
Nº da Notícia: | eso1020pt |
Nome: | M 83 |
Tipo: | Local Universe : Galaxy : Type : Spiral |
Facility: | Very Large Telescope |
Instrumentos: | HAWK-I |