O coração de Mira A e da sua companheira
O estudo de estrelas gigantes vermelhas ajuda os astrónomos a compreender melhor o futuro do nosso Sol - e como é que gerações anteriores de estrelas espalharam pelo Universo os elementos necessários à vida. Uma das gigantes vermelhas mais famosas do céu chama-se Mira A e faz parte do sistema binário Mira, o qual se situa a cerca de 400 anos-luz de distância da Terra. Esta imagem obtida pelo ALMA revela a vida secreta de Mira.
Mira A é uma estrela velha, que começa já a lançar para o espaço, para “reciclagem”, os produtos de uma vida inteira de trabalho. A companheira de Mira A, chamada Mira B, orbita-a a uma distância que corresponde a duas vezes a distância entre o Sol e Neptuno.
Sabe-se que Mira A possui um vento lento que molda delicadamente o material circundante. O ALMA confirmou agora que a companheira de Mira A é uma estrela muito diferente, com um vento muito diferente também. Mira B é uma anã branca densa e quente com um vento estelar forte e rápido.
As novas observações mostram como os ventos das duas estrelas deram origem a uma nebulosa complexa e bonita. A bolha em forma de coração situada no centro é criada pelo vento energético de Mira B no interior do vento mais lento de Mira A. O coração, formado algures nos últimos 400 anos, e o resto do gás que circunda o par de estrelas mostram que estes objetos têm estado já há algum tempo a construir juntos este bonito e estranho ambiente.
Ao observar estrelas como Mira A e Mira B os cientistas esperam descobrir como é que as estrelas duplas da nossa galáxia diferem de estrelas isoladas, no sentido de saber como é que estes objetos devolvem ao ecossistema estelar da Via Láctea os elementos que criaram. Apesar da distância entre si, Mira A e a sua companheira exercem um enorme efeito uma sobre a outra, demonstrando assim como é que as estrela duplas podem influenciar o ambiente que as rodeia e deixando pistas para os cientistas decifrarem.
Existem outras estrelas velhas no final das suas vidas que têm também um meio circundante estranho, como os astrónomos têm vindo a observar tanto com o ALMA como com outros telescópios. No entanto, nem sempre é claro se as estrelas são isoladas, como o Sol, ou duplas, como Mira. Mira A, a sua misteriosa companheira e a sua bolha em forma de coração fazem todas parte desta história.
As novas observações de Mira A e da sua companheira foram descritas neste artigo científico.
Créditos:ESO/S. Ramstedt (Uppsala University, Sweden) & W. Vlemmings (Chalmers University of Technology, Sweden)
Sobre a imagem
Id: | potw1447a |
Língua: | pt |
Tipo: | Observação |
Data de divulgação: | 24 de Novembro de 2014 às 10:00 |
Tamanho: | 2011 x 2128 px |
Sobre o objeto
Nome: | Mira |
Tipo: | Milky Way : Star : Evolutionary Stage : Red Giant |
Constellation: | Cetus |
Coordenadas
Position (RA): | 2 19 20.72 |
Position (Dec): | -2° 58' 40.79" |
Field of view: | 0.60 x 0.64 arcminutes |
Orientação: | O norte está a 0.0° à esquerda da vertical |
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