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Espelho terciário do ELT toma forma
31 de Janeiro de 2020
O Extremely Large Telescope (ELT) do ESO, o maior olho do mundo virado para o céu, contará com um sistema óptico inovador composto por cinco espelhos, que lhe permitirá observar o Universo com um detalhe sem precedentes. O espelho terciário deste sistema, M3, completou uma fase crucial do seu fabrico e foi agora entregue à empresa francesa Safran Reosc para o polimento final.
Cada um dos espelhos do ELT constituem um significativo desafio tecnológico, já que é necessária extrema precisão em cada uma das fases de produção de modo a garantir uma qualidade óptica perfeita. A empresa alemã SCHOTT fabricou o bloco bruto do espelho M3 — um bloco moldado do material vidro-cerâmico conhecido por ZerodurⓇ, que mede mais de quatro metros de um lado ao outro e pesa cerca de 3 toneladas. Após ter sido moldado e trabalhado até atingir a sua forma aproximada, a SCHOTT entregou agora o espelho M3 à Safran Reosc, que o amolará e polirá até uma precisão de 15 nanómetros em toda a sua superfície óptica.
O M3 constitui uma parte notável do ELT. A maioria dos grandes telescópios, incluindo o Very Large Telescope (VLT) do ESO e o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, utilizam apenas dois espelhos curvos para formar uma imagem, com um pequeno espelho terciário plano introduzido por vezes para desviar a luz para um foco conveniente. No entanto, no ELT o espelho terciário tem também uma superfície curva, uma vez que o uso de três espelhos curvos fornece uma melhor qualidade de imagem ao longo de um maior campo de visão do que o que seria possível com apenas dois espelhos. Este design permitirá ao ELT obter imagens do céu noturno com uma qualidade sem precedentes.
Os cinco espelhos do ELT terão todos formas, tamanhos e tarefas diferentes. O espelho primário, M1, o mais espetacular de todos, será um espelho côncavo gigante de 39 metros, composto por 798 segmentos hexagonais, e a sua tarefa consistirá em colectar a luz do céu noturno e refleti-la no espelho secundário, M2. Com 4,2 metros de diâmetro e pendurado por cima do M1, o M2 será o maior espelho secundário alguma vez utilizado num telescópio, para além de ser também o maior espelho convexo jamais fabricado. Este espelho refletirá a luz para o M3 que, por sua vez, a transmitirá a um espelho adaptativo plano (M4) colocado por cima. Este quarto espelho, que será o maior espelho adaptativo alguma vez fabricado, irá ajustar a sua forma cerca de mil vezes por segundo de modo a corrigir as distorções causadas pela turbulência atmosférica. O M5, um espelho plano inclinável, estabilizará a imagem e envia-la-á aos instrumentos.
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