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O ALMA atinge novas capacidades de observação a comprimentos de onda mais curtos
10 de Setembro de 2014
O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) atingiu um marco importante ao estender completamente a sua visão, no domínio do submilimétrico, aos comprimentos de onda da radiação cósmica que detém informação sobre o Universo frio, escuro e longínquo.
Esta conquista abre ao ALMA uma janela no Universo inteiramente nova, para além das capacidades já existentes possíveis com os receptores de Banda 9. Trata-se igualmente de um passo crucial no processo de instalação do telescópio, fazendo com que este atinja a sua capacidade máxima e pondo-a à disposição da comunidade científica internacional.
Como demonstração das suas novas capacidades, a equipa de instalação divulgou uma nova imagem do planeta Urano obtida no submilímetro. A imagem - obtida nos comprimentos de onda mais curtos do ALMA, receptores de Banda 10 - revela o brilho gelado da atmosfera do planeta, a qual pode atingir temperaturas tão baixas como -224º C (o que faz de Urano o planeta com a atmosfera mais fria de todo o Sistema Solar). As capacidades agora alargadas do ALMA permitirão aos astrónomos e cientistas planetários estudar e monitorizar diferenças de temperatura a diferentes altitudes acima das nuvens de Urano e doutros planetas gigantes do nosso Sistema Solar.
O astrónomo do ALMA Satoko Takahashi do Observatório Astronómico Nacional do Japão, que lidera este esforço, diz: “Antes dos astrónomos poderem tirar partido dos comprimentos de onda mais curtos, tivemos que preparar o telescópio durante diversas fases e estabelecer estratégias de observação que fornecessem os melhores e mais precisos resultados. É por isso que a fase de instalação é tão crucial para o sucesso do projeto.”
O ALMA observa o cosmos com o auxílio de uma série de receptores sintonizados de forma muito precisa, instalados em cada uma das 66 antenas da rede. Cada receptor é sensível a determinada “banda”, ou domínio de comprimento de onda do espectro electromagnético. A Banda 10, com menor comprimento de onda, foi já instalada e testada na maioria das antenas ALMA e as restantes serão instaladas e integradas durante os próximos meses.
De modo a tirar o máximo partido das novas capacidades do ALMA nos comprimentos de onda mais curtos, a equipa de instalação encontra-se a ajustar duas novas técnicas de observação, as quais irão aumentar a quantidade de tempo que o ALMA pode efetivamente estudar o Universo a estes comprimentos de onda.
A primeira, “transferência banda a banda”, permite ao ALMA observar a menores comprimentos de onda com condições atmosféricas menos boas, ao observar determinado objeto primeiro a comprimentos de onda maiores e depois utilizando esses dados para calibrar ou “sintonizar” o telescópio para determinada observação.
A outra técnica envolve observar primeiro numa banda de comprimentos de onda muito larga e depois sintonizar para uma banda mais estreita, de comprimentos de onda mais pequenos. Esta técnica constituirá rapidamente um procedimento de operação de rotina, embora seja única para o ALMA a estes comprimentos de onda. Estas duas técnicas combinadas darão acesso a muito mais horas de observação do que o que seria possível a estes comprimentos de onda.
Equipas vindas de todo o mundo encontram-se a caminho do ALMA para verificar estes procedimentos e fornecerem as melhores estratégias de observações possíveis para utilizar com o ALMA a comprimentos de onda pequenos.
Informações Adicionais
O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma infraestrutura astronómica internacional, é uma parceria entre a Europa, a América do Norte e o Leste Asiático, em cooperação com a República do Chile. O ALMA é financiado na Europa pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), na América do Norte pela Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos (NSF) em cooperação com o Conselho Nacional de Investigação do Canadá (NRC) e no Leste Asiático pelos Institutos Nacionais de Ciências da Natureza (NINS) do Japão em cooperação com a Academia Sínica (AS) da Ilha Formosa.
A equipa de instalação internacional para a Campanha de Observação a Alta Frequência foi liderada por Satoko Takasashi do Observatório Astronómico Nacional do Japão e representante do ALMA no Leste Asiático e Anthony Remijan do Observatório Nacional de Rádio Astronomia (EUA) e Cientista do Programa ALMA para a Extensão e Optimização das suas Capacidades. Outros membros da equipa incluem Catherine Vlahakis, Neil Philips, Denis Barkats, Bill Dent (JAO/ESO), Ed Fomalont, Brian Mason, Jennifer Donovan Meyer (NRAO); Violette Impellizzeri, Paulo Cortes, Christian Lopez (JAO/NRAO); Christine Wilson (NRAO/McMaster University); Seiji Kameno, Tsyuoshi Sawada (JAO/NAOJ); Tim Van Kempen, Luke Maud & Remo Tilanus (Leiden); Robert Lucas (Grenoble); Richard Hills (Cambridge); Akihiko Hirota (JAO/NAOJ); James Chibueze (NAOJ).
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